Tida como uma das maiores lideranças políticas de Imperatriz, razão
pela qual tem no histórico dois mandatos de prefeito, um como
interventor e suplente de senador da República, Ildon Marques de Souza
está de volta ao cenário político.
Desde que perdeu a eleição para o atual prefeito Sebastião Madeira
(PSDB), Ildon Marques vinha mantendo-se afastado da política. Houve quem
apostasse no afastamento definitivo.
Nesse período passou a dedicar-ser mais aos negócios, mas na semana
passada reapareceu em pequenas inserções comerciais de seu partido na
TV.
Para surpresa de muitos, a assessoria do ex-prefeito distribuiu à
imprensa ,neste fim de semana, uma entrevista que Ildão concedeu ao
Jornal O Progresso, de Imperatriz, onde fala dos planos pós
“hibernação”.
Desde que saiu do PMDB ele já passou pelo Democratas e atualmente es´ta no PMN.
Na entrevista, ele comenta sobre a desistência do ex- secretário de
Infraestrutura do Estado
Luís Fernando Silva, de concorrer ao Governo do
Estado, a pré-candidatura de Lobão Filho , e , claro, ainda, demonstra
que tem mágoas do passado.
Confira a entrevista:
Você é pré-candidato a deputado federal. Vai mesmo disputar a eleição ou admite a possibilidade de recuo?
Não. Nossa posição é de pré-candidato, não podemos falar em
candidatura agora. A candidatura só depois das convenções, quando se
define se você realmente é candidato. Mas na condição de pré-
Não haveria nenhum impedimento jurídico?
Não tem. As questões são de menor importância, sem dolo. São mais
questões de dolo político. Pessoas que olham uma besteirinha e fazem um
processo. Mas isso não tem importância nenhuma.
Ex-prefeito, você, que tem um forte potencial eleitoral em
Imperatriz, imaginaria quantos votos poderia receber dos mais de 150 mil
eleitores no município?
Olha, esse negócio de voto não é como mercadoria, que você vai na
prateleira e diz assim: quantos quilos de açúcar tem aí? Tem cento e
cinquenta quilos de açúcar. Então quero levar cem. Não é desse jeito.
Você tem que ter uma mensagem, uma credibilidade e ouvir o povo. Então,
isso não é simples. Eu não posso dizer que vou ter metade ou oitenta por
cento dos votos. Não é desse jeito. Eu vou me apresentar como
candidato, na hora que passar a convenção. Vou expor meus pensamentos, o
que acredito e vou dizer o que o Maranhão e o Brasil precisam para
melhorar. Também vou dizer o que é bom para Imperatriz. Se esse projeto
meu de deputado, se eleito for, for um projeto da simpatia e daquilo que
o povo quer, aí acredito que teria uma votação significativa. Mas o
voto não me pertence. O voto pertence ao povo, que sabe quantos votos eu
irei receber.
O PMDB impediu sua disputa na eleição municipal de 2012. Como
está o seu relacionamento com o presidente do partido, Antônio Leite
[presidente municipal da legenda]?
Eu não estou mais no PMDB. O PMDB teve aquela atitude, que não foi
boa para o partido. Às vezes as pessoas dizem: foi muito ruim para ti.
Não, retirou minha candidatura, agora foi ruim para o partido. Eu tinha
aproximadamente 40% das intenções de voto. Dr. Antônio Leite tinha menos
de 1%. O partido entendeu de lançar Antônio Leite e naquele dia eu
disse na convenção: se o partido optou por Antônio Leite, então tem
agora o meu apoio. Dr. Antônio Leite pode lançar a sua candidatura, que
tem meu voto, meu apoio. Sou partidário. Resultado: uma semana depois, o
dr. Antônio Leite retira a candidatura. Um sinal claro de que aquilo
não foi nada mais nada menos do que uma armação para me tirar do pleito.
Foi um conchavo político. Quem ficou prejudicado com isso? Foi o PMDB
de Imperatriz. Aquilo foi muito ruim para o partido.
Você sempre foi adversário político do prefeito Sebastião
Madeira. E hoje, qual é o seu posicionamento, já que os dois estão no
mesmo grupo?
Eu nunca fui adversário político do Madeira. Ele que foi adversário
meu. Eu nunca o agredi. Ele é que sempre foi ostensivo à minha pessoa. A
minha posição sempre foi equilibrada, decente, de respeito. Sempre
respeitei o dr. Madeira. A minha posição é a mesma e o Madeira está
mudando. E estou achando bom. O Madeira está melhorando. Quem sabe,
daqui uns dias ele fica um cara bacana.
A governadora Roseana Sarney impôs o nome de Luís Fernando
como pré-candidato a governador, mas agora, surpreendentemente, ele
desiste de disputar o governo. Como você vê isso?
Ela não impôs, sugeriu o nome de Luís Fernando. Um bom nome. Tive uma
grata satisfação de conhecer esse cidadão. Não o conhecida e um dia
perguntou se poderia me fazer uma visita para conversarmos. Ele foi na
minha casa e conversamos bastante, sobre política, cidadania, o Maranhão
e Imperatriz. Ele teve oportunidade de expor muitos pensamentos dele
naquela noite. E eu vi que o Luís Fernando é um homem preparado. Digo
para você que naquele dia me empolguei com a pré-candidatura de Luís
Fernando. Agora política não é como a gente quer. Política é como o povo
quer. Quem decide a vida do político é a voz do povo. E, infelizmente,
ele não teve sucesso. Os índices dele não cresceram, então não tinha
como levar a campanha pra frente. E ele sabe disso. A decisão foi dele.
Reconheceu que iria ter um esforço gigantesco para poder ganhar a
eleição e preferiu não prejudicar o grupo, deixando a vaga aberta para
uma pessoa que tivesse mais condições de disputar a eleição.
O desentendimento dentro do grupo, o que não ocorria antes, não contribuiria para um desgaste maior?
Eu não sei. Estava fora do país e cheguei ontem (sexta-feira). Então,
estou alheio a todas as conversas políticas. Acredito que no decorrer
desta semana que entra eu terei melhores informações sobre candidaturas,
o que os partidos e coligações estão pensando. E mesmo porque não faço
parte do PMDB. Faço parte do PMN e nem tenho que estar botando meu
bedelho nisso aí.
A pré-candidatura de Edison Lobão Filho foi lançada. Haveria outro nome com mais chance de vencer a eleição?
Olha, esse grupo tem bons nomes. O Lobão Filho é hoje um rapaz com
muita experiência. Nós não podemos desconhecer, e nem os adversários
desconhecem, a estrutura política de Lobão, pai de Edinho. Do
relacionamento do senador Edison Lobão. Não existe um município que
tenha uma casa que não tenha o prazer de receber o senador Lobão. Então,
na hora que o senador Lobão se lança numa campanha, há um sentimento,
um movimento em todo o Estado. Mas temos outra opção muito boa, que é o
senador João Alberto. Ele é um cidadão sério, equilibrado e duro com a
questão da segurança. Então, temos várias opções, como o Gastão Vieira.
Quanto à questão do vice, qual a sua opinião? Teria que ser de Imperatriz?
Não olho assim, mas gostaria que Imperatriz e a região tocantina
fossem representadas. Mas na política você tem que ter certos
entendimentos. A política você não faz só olhando Imperatriz e nem o
Maranhão. Você tem que olhar como um todo. O PMDB tem muitos
entendimentos com o PT em nível de Brasil. O Lula quer ajudar o Edinho e
queria ajudar Luís Fernando se ele fosse candidato. E quer ajudar
qualquer candidato desse grupo.
Com a entrada de Lobão Filho, passou-se a especular o seu nome. Haveria alguma possibilidade de você compor a chapa majoritária?
Não. Como eu já disse, essa vaga não pertence a outro partido.
Pertence ao PT. Agora poderia ser um petista de Imperatriz. Aí seria
muito bom. Gostaria de ver o PT coligado com o PMDB e outros partidos
com o vice saindo daqui. A vaga é do PT, mas como a política é muito
dinâmica, se houver algum conflito, aí sim, pode-se abrir a vaga para
outro partido.
E para o Senado, quem deveria ser o candidato? No momento fala-se em Gastão Vieira e Arnaldo Melo.
O Gastão Vieira é um bom nome. Cidadão culto e que tem história no
Maranhão. Inclusive no governo federal, não apenas de Lula e Dilma, mas
também de Fernando Henrique Cardoso, quando se falava em planejamento
pela educação, Gastão Vieira era convidado para a mesa. É um dos
conhecedores de Educação no Brasil. Eu ficaria contente em ver Gastão
Vieira como candidato a senador. Mas há outros também.
No caso de uma aliança entre o PMDB e o PSDB, João Castelo seria o nome ideal para o Senado?
Aí seria um acordo. Você não pode trazer o PSDB para o grupo e não
oferecer nada em troca. Então, isso aí é uma negociação política.
Passa pela sua cabeça, ainda, mais um retorno à Prefeitura, disputando as eleições de 2016?
O meu projeto agora, se eu passar, é ser um legislador. Eu quero
deixar uma marca. Tenho uma ideia, mas nem quero falar disso agora,
porque poderia parecer campanha eleitoral antes do tempo. Eu tenho uma
coisa voltada para a educação. Acho que se eu conseguir aprovar a minha
candidatura, aí vou poder mostrar o projeto e o segmento estudantil,
acadêmico, fará uma avaliação desse projeto que tenho na cabeça. É um
bom projeto.
(Texto: Entrevista publicada originalmente no Jornal O Progresso- int. João Rodrigues)
segunda-feira, 14 de abril de 2014
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