quarta-feira, 12 de novembro de 2014

SOCORRÃO DE IMPERATRIZ COM LOTAÇÃO ESGOTADA

Referência para dez, entre dez pacientes da região que precisam do atendimento de média, alta e, às vezes até de baixa complexidade, o Hospital Municipal de Imperatriz, o Socorrão, esta semana teve os seus 400 leitos, incluindo as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) todos ocupados, o que não ocorria, conforme o diretor geral do Hospital, Alisson Mota, há muito tempo.
 

“O número de pacientes aqui no hospital sempre foi grande, no entanto há algum tempo não tínhamos a lotação esgotada”, disse o médico com ar de preocupação.

A preocupação de Alisson Mota com a “lotação” do municipal não é à toa, uma vez que isso implica numa série de dificuldades e demandas, principalmente financeiras.  “Há muito ultrapassamos nosso limite de gastos com a saúde. A situação só não é mais crítica graças ao prefeito Madeira e à secretaria, Conceição Madeira, que não têm medido esforços para manter o sistema em funcionamento”

De fato, em recente entrevista, o prefeito Sebastião Madeira declarou à imprensa que os recursos repassados pelo Governo Federal para o custeio do atendimento médico pelo SUS há muito se tornaram insuficientes para atender à demanda, que não é mais local, mas sim macrorregional. “Para completar o custeio da máquina temos que recorrer, sacrificando outros setores da gestão, todos os meses ao Tesouro Municipal”, revelou o prefeito.

Tanto o prefeito quanto o diretor do Socorrão  apresentam um  único diagnóstico para a superlotação do Socorrão:  a quebra  do sistema de saúde brasileiro com implicações diretas principalmente nos pequenos municípios que impossibilitados de atender à  demanda de pacientes, praticamente fecharam suas unidades de saúde.

No caso da região, sendo o Hospital Municipal de Imperatriz o único de referência num raio de 500 quilômetros a demanda reprimida termina por desaguar toda nele. “Mais de 80%dos pacientes  que são atendidos no municipal são de outros municípios”, informa a secretária municipal de saúde, Conceição Madeira.

O diretor administrativo do Socorrão, Ricardo Matos, informou que mesmo com toda a dificuldade, todo o esforço da direção, e dos cerca de 600 funcionários do hospital  tem sido de atender com o máximo de presteza quem chega ali, não importa de onde, para ser atendido.

“Por vezes nos deparamos com algum tipo de incompreensão e intolerância, mas já adquirimos inteligência emocional suficiente para encarar nos corredores do hospital as situações mais adversas”, asseverou o diretor geral Alison Mota.

Eficiência - Para o prefeito Sebastião Madeira manter o sistema de saúde  de Imperatriz em funcionamento, enquanto no País inteiro,  incluindo os grandes centros,  alguns já entraram em colapso, não tem sido fácil contudo, a situação é enfrentada dia, a dia, mês a mês,  ano a ano. “O Importante é que a população continua sendo assistida”, disse .


Recurso - As demandas do Socorrão poderiam ser enfrentadas com o aumento do teto financeiro disponibilizado mensalmente pelo Ministério da Saúde, praticamente o mesmo valor de seis anos atrás quando o número de atendimento não chegava a oito mil por mês. Hoje, revela a secretária Conceição Madeira, esse número já superou a casa dos 18 mil atendimentos. 

A médio ou a longo prazo a expectativa da secretária Conceição Madeira  é de que a pressão {demanda} sobre o Socorrão diminua depois da inauguração do hospital de alta complexidade que o Governo do Estado constrói atualmente na Pedro Neiva de Santana. 
(Por Elson Araújo)